domingo, 18 de outubro de 2009

BERÇÁRIO - OBJETIVOS E ESTRATÉGIAS

Os Bébés em Berçario e Creche – O Papel do Educador
Author: Raquel Martins

Quando os bebés nascem, captam pouco do mundo que os rodeia e compreendem ainda menos. Como os seus sentidos não estão focalizados, eles olham sem perceber o que vêem e ouvem sem entender o que significa o som.
Nas primeiras semanas de vida, nem sequer se apercebem de que estão separados do mundo à sua volta. Não sabem controlar nem o corpo nem o mundo.
Antes de um bebé saber descobrir o seu mundo, precisa de saber onde termina o seu corpo e começa o resto do mundo. Para isso, tem de perceber primeiro o que pode fazer para que as coisas aconteçam, o que seria mais fácil se pudesse controlar o que o seu corpo faz.
Todavia quando o bebé nasce, já possui um conjunto de reflexos que demonstram o seu instinto natural de sobrevivência. Todos estes reflexos desaparecem por volta dos três meses, pois caso contrário, o seu desenvolvimento ficaria comprometido e as novas capacidades não poderiam surgir.
A melhor forma de ajudar e encorajar o desenvolvimento do bebé é através dos sentidos – visão, audição, tacto, olfacto e paladar – porque estes são os meios que utilizará para explorar o mundo antes de se poder movimentar nele sozinho.
Durante os primeiros meses, os bebés pouco mais fazem do que dormir e comer, mas de vez em quando começam a surgir traças da sua personalidade.
Entre os dois e os três meses, o bebé já é capaz de fazer mais coisas e está cada vez mais interessado pelo mundo. A criança bate nos objectos, leva a mão à boca e agarra um brinquedo. Em breve, o bebé percebe que é ele próprio a fazer o barulho com a boca.
Entre os três e os seis meses, o bebé segura no brinquedo e explora-o com as mãos e a boca. Bater e atirar brinquedos parece ser uma resposta universal.
Entre os seis e os nove meses um dos feitos mais importantes dos bebés é conseguir mudar de posição. Conseguem rolar em ambas direcções, sentar-se sem ajuda, sentar-se e virar (sem cair), passar da posição de bruços para a posição de sentado e por fim levantar-se.
Durante estes meses, os bebés dão enormes passos cognitivos à medida que se apercebem do mundo que os rodeia. Entre os nove e doze meses, os bebés parecem estar sempre em movimento.
Os brinquedos de empurrar e puxar são também úteis pois dão à criança algo a que se pode agarrar, dando apoio.

Os bebés estão assim a aprender habilidades novas e a conseguir mover-se e a tentar descobrir como é que as coisas funcionam através de exploração.

É função do Educador de Infância, planificar e criar todas as condições necessárias para estimular o desenvolvimento dos bebés, nunca esquecendo que cada bebé tem o seu próprio ritmo.

Os primeiros anos são fundamentais para a formação da personalidade do bebé. Será papel do educador ajudá-lo a seguir em frente e caminhar com ele na apaixonante aventura de crescer.
Qualquer bebé transforma um objecto – por mais estranho que pareça – num brinquedo.

Fonte: Programação e planificação na creche 0-1 ano: Bola de Neve

Desenvolvimento Psicomotor em Creche

Author: Raquel Martins

Objectivos:

Maior autonomia física
Aquisição da marcha, correr, subir, descer, saltar, vestir, despir
Aquisição de maior controlo e coordenação motora
Conhecimento dos espaços, permitindo para isso uma exploração activa dos objectos
Estimular a percepção auditiva, táctil, visual, gustativa e olfactiva
Conhecimento do seu esquema corporal de forma a saber nomear as várias partes do corpo
Boa preensão do lápis, colheres, etc.

Estratégias:
Andar de cavalinho, triciclo
Fazer brincadeiras livres
Fazer modelagem (massa), desenho, rasgagem
Imitar os animais a andar
Fazer comboios e rodas
Fazer jogos de movimento
Fazer jogos de encaixe
Deixar a criança comer sozinha
Dar revistas e livros à criança para manusear
Colocar um espaço com material (obstáculos) que a criança possa transpor de diversas formas: escorrega, mesas, cadeiras, almofadas…

Estimular o Bebé dos 0 ao 1 mês

Author: Raquel Martins

Fale-lhe e dê uma massagem ao bebé enquanto o limpa;
Quando o bebé estiver despido, permita-lhe mover livremente as pernas e os braços;
Coloque um dedo na mãozinha do bebé para que o aperte, e se o fizer, erga a mão para que faça força;
Segure-lhe nos braços com suavidade e movimente-lhos para cima e para baixo;
Com o bebé deitado de costas, agarre nas suas mãozinhas e puxe até sentá-lo;
Coloque o bebé de barriga para baixo, e empurre com a mão um pezinho para a frente;
Aproveite o momento da alimentação para fazer-lhe carinhos: tocar-lhe nos bracinhos, nas mãozinhas e nos dedinhos um por um, cantar-lhe, repetir-lhe sons;
Deite-o em posições diferentes;
Cuide do seu sono, mas procurando que se habitue a dormir com os ruídos habituais, assim como a estar com outras pessoas;
Movimente a chupeta na sua boca para que exercite o movimento de chuchar;
Mostre-lhe um objeto de cores vivas e mova-o lentamente para que o siga com o olhar;
Coloque um móbile no berço;
Embale-o suavemente e pegue-o ao colo do lado esquerdo e do direito.

Desenvolvimento da Linguagem em Creche

Author: Raquel Martins

Objectivos:
Aumento do vocabulário
Ser capaz de associar o objecto ao nome
Ter compreensão de tudo o que ouve
Ter conhecimento verbal do seu corpo, objectos, alimentos, vestuário, brinquedos, animais, acções e noção de espaço
Ter maior capacidade de atenção e de memória
Estratégias a utilizar:
Chamar cada criança e adulto pelo seu nome
Articular correctamente as palavras
Falar durante as brincadeiras
Estimular os gestos simples: palmas, adeus, etc.
Ser expressiva a falar
Pedir favores simples: objectos que a criança conhece
Cantar canções, histórias e lenga-lengas
Imitar sons
Repetir várias vezes perguntas simples
Encher e esvaziar caixas com objectos diferentes, nomeá-los e pedir à criança que os nomeie
Incentivar a criança a brincar com jogos e fantoches

Desenvolvimento Sócio-Afectivo e Intelectual em Creche

Author: Raquel Martins

Objectivos:
Respeitar a individualidade de cada criança
Estabelecer uma boa relação com a criança
Proporcionar um ambiente calmo e seguro
Desenvolver o respeito pelo outro (saber esperar pela sua vez)
Dar resposta a curiosidade da criança
Dar liberdade de escolha
Aquisição de regras simples
Aquisição de hábitos de cortesia
Desenvolver a autoconfiança e a autonomia

Estratégias a utilizar:
Ajudar a criança a tolerar as ausências da mãe, permitindo-lhe os objectos transitivos (chucha, fralda, boneco, …)
Estimular as palavras de cortesia: Olá, Bom Dia, Adeus, …
Deixar que a criança realize acções que a divirtam: encher, esvaziar, desmanchar, …
Criar espaços variados e seguros para que a criança brinque
Contar histórias, canções e lenga-lengas

Em Creche…

Author: Raquel Martins

Não existem jogos nem actividades especiais em si próprios. O calor e a afectividade que as envolvem é que contam. Os bebés sentem o encorajamento para aprender, experimentar e apreciar, como sentem o contrário e se tornam apáticos.

As actividades dos bebés devem ser integradas na estrutura dos contactos naturais com eles. Eles quererão aprender e mostrar-se-ão interessados em tudo o que se passa à roda e sobretudo sentir-se-ão encorajados para serem activos e curiosos.

A conduta dos adultos é um modelo para a conduta das crianças. A criança pequena é naturalmente imitadora e apodera-se facilmente dos procedimentos que usamos a seu respeito e torna-se nervoso e irritável se não temos em conta as suas necessidades. Se os adultos são calmos e afectuosos para com ela, a criança responderá no mesmo tom.

Se a criança está apreciar qualquer coisa e deseja continuar, não deve ser interrompida. Não se deve forçara criança a mudar de actividade, apenas porque pensa que é altura dela fazer outra coisa. Deve-se deixar ter a experiência repetida de ser capaz de completar uma actividade e satisfazer completamente a sua curiosidade acerca de um objecto. A sua capacidade de atenção será maior se lhe for permitido seguir o seu próprio ritmo e interesse

Objectivos em Creche

Author: Raquel Martins

A creche organiza actividades adequadas ao bom desenvolvimento da criança nesta faixa etária, das quais apresentamos alguns exemplos e as respectivas finalidades:
Canções – Memorização, linguagem, ritmo, gosto pela música, disciplina;
Lenga-lengas – Exploração dos sons e ritmos, expressão através da linguagem oral, gestual e corporal
Pintura com dedo, mãos e pés – Exploração de diferentes materiais, cores, formas e texturas, controlo da motricidade, gosto estético
Jogos – Compreensão de regras, socialização
Modelagem – Controlo da motricidade, capacidade de exploração
Rasgagem e colagem – Motricidade, autonomia, iniciativa
Histórias – Descoberta de si e do outro, linguagem verbal e não verbal, imaginação
Fantoches – Concentração, visualização
Brincadeira livre e orientada – Socialização autonomia, liberdade de escolha


Actividades em Creche

Author: Raquel Martins

Os bebés e as crianças pequenas estão sempre dependentes do contacto humano, de se lhes falar, da atenção que lhes dá e da ternura com que recebem.
Os amplos processos de aprendizagens que se realizam nesta fase da vida, só podem ser accionados no calor seguro de uma relação harmoniosa entre pais, educadoras e crianças.

Por isso é muito importante:

Habituação ao contacto e necessidades de contacto através da proximidade corporal, carícias sempre repetidas de olhar para ela, conversar com ela, bem como a sua integração no mundo das coisas.
Educação da audição e da atenção através de sons barulhentos (vozes, campainhas, pandeiretas, etc.) que mais tarde virão em direcções diferentes, com alturas e sequências de sons diferentes. Estimulação da própria produção de ruídos (bater palmas, sons de roca, etc.)
Educação da visão e da atenção através de estímulos luminosos e em movimento, através de objectos com formas simples e cores nítidas (bolas, rocas, etc.), para isso é conveniente limitarmo-nos a poucos objectos que mostraremos muitas vezes. Mais tarde poderemos acrescentar outros objectos mais pequenos, bem como imagens simples.
Exercícios de movimentos bucais, sucção, lombar, mastigar (mais tarde, quando se dão alimentos sólidos) e igualmente fazer brincadeiras com sopro.
Ensinar a apalpar, mexendo em vários objectos com a mão (ao principio será conduzida).
Exercícios para a movimentação das mãos, com estimulação para agarrar, dar a mão, bater palmas, dizer adeus, bater à porta, atirar uma bola, fazer construções, chapinhar, atirar com coisas, fazer brincadeiras simples com os dedos, etc.
Educação para a movimentação do corpo, levando os movimentos espontâneos a adaptarem-se a um dado ritmo com uma pandeireta cantando; rastejar, rebolar-se, endireitar-se, pôr-se em pé, andar de mão dada. A articulação da criança através dos exercícios de “ginástica” rítmica tem uma importância muito especial.
Preparar a capacidade de comunicação da criança chamando-a pelo seu nome próprio, dizendo-lhe palavras ternas, dizendo o nome das pessoas e coisas e falando-lhe incansavelmente durante todas as actividades.
Estímulo para fazer ritmos: em conjunto e para cantar sons e melodias. “Ensinar” a criança progressivamente a empregar palavras determinadas para exprimir os seus desejos, ao pedir determinado objecto, repetindo incansavelmente as palavras e tendo as reacções apropriadas.
Habituar a criança a pouco e pouco a beber pelo seu copo e a comer com a colher.
Habituar a criança a ter um determinado ritmo de vida.
Fazer surgir e aprofundar estímulos emocionais, como alegria, confiança, bem-estar, etc. dando à criança possibilidade de fazer experiências, exteriorizando sentimentos, deixando-a participar e aprovando os seus esforços.
Tudo o que se faça terá sempre que ser adaptado à maneira de ser da criança.
Mostrar à criança como se faz, fazê-la colaborar e estimular a sua participação e iniciativa.
Todas as capacidades adquiridas devem ser incansavelmente exercitadas e repetidas. Tudo o que queremos “ensinar” de novo deverá ser incorporado somente através de pequenos passos.
Todas as “ordens” que se dão, bem como os estímulos de aprendizagem deverão ser simples, calmos mas enérgicos.
É muito importante que a criança conheça e brinque com objectos que há em todas as casas (tigelas, colheres de pau, molas de roupa, botões, papéis, etc.).
Além disto são necessários materiais como bolas, argolas para morder, bonecos de pano laváveis, cestinhos, bolsas, livros de imagens e mais da vida de todos os dias.

FONTE: http://educacaodeinfancia.com/category/creche/